BOI CAPRICHOSO

O Boi Caprichoso é o outro protagonista do renomado Festival Folclórico de Parintins, no Amazonas, Brasil, e o grande rival do Boi Garantido. Conhecido como o “Touro Negro” ou “Boi da Francesa” (referência ao bairro onde está seu curral), o Caprichoso tem uma história rica e uma legião de fãs fervorosos.

História e Origem

O Boi Caprichoso tem sua origem em 1913, fundado por João Roque, Félix e Raimundo Cid, irmãos cearenses que se mudaram para Parintins durante o Ciclo da Borracha. Diz-se que ele nasceu nos “terreiros úmidos do Reduto do Esconde”, no bairro do Urubuzal. A lenda popular, baseada em tradições orais, afirma que o nome “Caprichoso” veio do coronel João Meireles, que o nomeou assim devido ao capricho e dedicação com que era feito e apresentado.
Cores e Símbolo

Cores e Símbolo

As cores oficiais do Boi Caprichoso são o azul e o branco. O azul é a cor predominante, que representa a imponência, a profundidade e a vastidão do céu e das águas amazônicas. O principal símbolo do Boi Caprichoso é uma estrela azul na testa do boi de pano que evolui na arena. Essa estrela é o distintivo de sua “Nação Azul e Branca”, como é chamada sua torcida, que preenche o lado azul do Bumbódromo.

Rivalidade com o Boi Garantido

A rivalidade entre o Boi Caprichoso e o Boi Garantido (o boi vermelho) é a alma do Festival de Parintins. É uma disputa que vai além da arena, permeando o cotidiano da cidade durante todo o ano. Os torcedores de cada boi são intensamente apaixonados e raramente se referem ao adversário pelo nome, usando o termo “o contrário”. Essa competição acirrada impulsiona a inovação, a beleza e a grandiosidade de cada apresentação.

O Festival de Parintins e o Papel do Caprichoso

No Festival de Parintins, o Boi Caprichoso apresenta um espetáculo de três noites no Bumbódromo, com alegorias monumentais, coreografias complexas, rituais e as vibrantes “toadas” (músicas). A Marujada de Guerra (seu grupo de percussão) é famosa por sua força e precisão, embalando as evoluções das figuras típicas como a Cunhã-Poranga, a Rainha do Folclore, a Sinhazinha da Fazenda e o Pajé.
O Caprichoso é frequentemente associado à beleza cênica, à valorização das cosmologias indígenas e à representação da cultura cabocla e amazônica de forma grandiosa e poética. Ele se autodenomina o “Guardião da Floresta”, defendendo o folclore parintinense, o imaginário caboclo e o lendário dos povos indígenas.
O Boi Caprichoso não é apenas um espetáculo, mas um símbolo de identidade cultural e orgulho para a “Nação Azul e Branca” e para o povo da Amazônia.